domingo, 19 de abril de 2009

"Chocolate" de Joanne Harris


Sinopse
 
A aldeia de Lansquenet-sur-Tannes tem duas novas moradores: Vianne Rocher, jovem mãe solteira, e a sua filha Anouk. Ambas correram mundo e querem agora estabelecer-se, pelo que Vianne pensa montar um negócio. Um negócio aromático e guloso mas, naquelas paragens, pouco comum: uma chocolataria com o nome de "La Céleste Praline".
Para a aldeia, "La Céleste Praline" e a sua encantadora proprietária são um sopro de ar fresco frente à tirania de Francis Reynaud, um jovem padre de uma austeridade a raiar o fanatismo, que não oculta o seu desagrado por um comércio demasiado sofisticado e "tentador", e que vê em Vianne um desafio à sua autoridade. Frente a ele, a jovem Vianne só pode apelar à alegria de viver das gentes de Lansquenet...
Chocolate é um repertório de sabores, descritos de uma maneira tão viva que quase se sentem; é também uma galeria de personagens ternos e cruéis, amáveis e odiosos, sempre intensos e credíveis. Mas é sobretudo um romance tão ameno, tão rico e variado, que deixará nos seus leitores uma impressão imorredoira.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

"Vai aonde te leva o coração" de Susana Tamaro


Sinopse
 
Livro sensação, livro de descoberta ou de redescoberta e por isso mesmo não alheio à diversidade de reacções. Através de um registo em que três gerações de mulheres dialogam, numa voz que reconta as suas vidas, Susanna Tamaro serve-se dessa estrutura narrativa para confrontar os diferentes tempos vividos e reavaliar este ciclo geracional. A leitura deste livro é enleante, quase hipnótica, comovente, o que justifica talvez o seu imenso sucesso internacional. De resto, a circulação do livro a esta escala surpreendente deve-se a um fenómeno de passagem de testemunho de leitor para leitor traduzido numa verdadeira consagração deste romance, que o tem mantido ininterruptamente no topo das preferências.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"O perfume" de Patrick Suskind



O livro de Suskind encontra originalidade no tratamento dado ao seu herói, cuja história é biográfica. Paris, início do século XVIII, um ser humano de olfacto apuradíssimo e tendências desviantes de psicopata, percorre as ruas da cidade perseguindo odores distantes. O nariz é pois o guia dos futuros crimes de Jean Baptiste Grenouille. Vislumbra a quilómetros de distância fragrâncias sensuais de mulheres que respiram flores por entre os odores não raras vezes repugnantes da cidade por onde vagueia. Mais tarde, os aromas libidinosos das mulheres que segue e marca como objectivo da sua busca são tomados para si, através de técnicas de curtir matérias para retirar essências odoríferas. Tais técnicas, que o protagonista domina, aprendeu-as com Baldini, o mago parisiense dos perfumes, para quem trabalhou.
Os seus crimes estendem-se depois a espaços diversos. Percorre cidades, vilas e locais em busca do perfume perfeito: o da inocência ou do amor. Todo o livro respira sentido olfactivo e suspense misturado com ansiedade. O sensacionismo é latente ao longo da viagem do herói que, tão depressa é cão que fareja o seu objectivo, como se transforma em voyeur das suas presas e depois predador. A crueldade é uma constante e rasga a inocência por entre laivos de uma sensualidade mórbida. Abandonado à sua sorte à nascença, a personagem principal procura o seu destino, a sua obra-prima, servindo-se da arma mais poderosa que lhe foi concedida: o olfacto. Será isto crime? Sim, porque o amor e a inocência conquistam-se, não se tomam para guardar dentro de um frasco.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"O Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry





A história é narrada com base num diálogo entre o narrador e o Príncipezinho. O narrador "descobre-se" preso no deserto do Sahara, onde conhece um ser extraterrestre, uma criança que é príncipe. O Príncipezinho vem de um minúsculo asteroíde designado B612. Neste asteroíde só existem três vulcões (um deles extinto), uma rosa e embondeiros.
Os embondeiros têm longas raizes que crescem rapidamente, e para "manter" o seu asteroíde o Príncipezinho arranca todas as manhãs os pés de embondeiros para os impedir de destruírem o seu pequeno mundo.A rosa, o Príncipezinho trata com muito cuidado, já que a considera como sendo a coisa mais amorosa e rara do universo. Curioso em saber o que poderá existir noutros locais, decide explorar outros asteroídes. Visita vários, cada um deles com um habitante adulto que se revela "louco" à sua maneira. Conhece um rei que acredita governar as estrelas. Diz às estrelas para onde se devem dirigir, e consoante descrevem o seu trajecto celestial, congratula-se pois aquela é o caminho que ele havia escolhido.Então o Príncipezinho encontra-se com um homem vaidoso, que só deseja ser admirado, mas que vive completamente sozinho no seu asteroíde. Em seguida conhece um bêbado, que bebe para esquecer; mas o que tenta esquecer é a vergonha de beber. Conhece um homem de negócios, que pensa ser tão imensamente rico que acredita ser dono das próprias estrelas. De facto, passa todos os seus dias a contar as estrelas para ver se possui bastante riqueza para comprar mais estrelas.O asteroíde seguinte é habitado por um pobre acendedor de candeiros que deveria ser admirado pela sua própria loucura porque insiste numa tarefa impossível: o seu asteroíde habitualmente girava a uma velocidade normal e o seu trabalho era acender o candeiro ao anoitecer. Agora o asteroíde completa a rotação num minuto e o acendedor de candeiros não tem descanso, mas é cumpridor da sua tarefa. O príncipezinho encontra depois um geógrafo que desenha mapas durante todo o dia, mas que nunca saiu do seu asteóíde para explorar. O geógrafo pergunta-lhe onde vive e o Príncipezinho descreve-lhe o seu lar e a sua rosa com muito orgulho. Fica chocado pela falta de interesse do geógrafo no seu relato, porque as plantas são seres temporários e a rosa vai morrer um dia. O príncipezinho fica desolado ao saber que a sua querida rosa não vai durar para sempre. O geógrafo sugere-lhe que visite a Terra, e fica novamente melancólico ao avistar uma cerca de roseiras. Pensava até então que a sua rosa era a única no universo. Conhece então uma raposa que o ensina a compreender que a sua rosa é única e especial porque é a que ama. Depois de contar ao narrador as suas viagens, o Príncipezinho pede-lhe que lhe desenhe uma ovelha para ficar a conhecer o seu aspecto. Mas o narrador não lhe fez a vontade, apena desenhou uma jibóia com uma presa no seu interior. O príncipezinho queixa-se que não lhe pediu o desenho de um elefante, deixando o narrador intrigado até perceber então que o Príncipezinho consegue ver o interior do estomâgo da jibóia. Então o narrador pensa profundamente e desenha uma caixa. Isto deixa o Príncipezinho encantado, já que consegue ver a ovelha no interior da caixa. O Príncipezinho quer regressar ao seu asteróide para ver a sua rosa e garantir que os embondeiros estão sob controlo. Conhece uma cobra que lhe dz que tem o poder para o fazer regressar, mas apenas se conseguir morder o Príncipezinho. Assim o permite o Príncipezinho, e de manhã quando o narrador acorda, o corpo havia desaparecido.