terça-feira, 20 de novembro de 2012

"Amor de Perdição" de Camilo Castelo Branco



Publicado há 150 anos, escrito por Camilo Castelo Branco na prisão em apenas quinze dias, o romance que no meu entender é a obra mais marcante da literatura Portuguesa. Li-o pela 1ª vez talvez com uns 12/14 anos, sugerido pela minha madrinha (a quem agradeço) e reli uns anos mais tarde, já na casa dos 20. Um livro estilo "Romeu e Julieta" de Shakespeare, onde existe inimizade por parte de duas famílias, o que levará ao  impedimento  dos jovens protagonistas viverem o amor que os une.
 
 

Sinopse:


“Não deve custar a morte a quem tiver o coração tranquilo. Não importa se nada há além desta vida. Ao menos, morrer é esquecer.
Não tenhas saudades da vida, não tenhas, ainda que a razão te diga que podias ser feliz se não me tivesses encontrado no caminho por onde te levei à morte...”
(Simão, em Amor de Perdição de C. Castelo Branco)


Esta poderia ser a história de um encontro entre Simão e Teresa, sob fundo de conflito entre duas famílias da burguesia portuguesa... Simão é um adolescente quase criança, solitário, intransigente, narcisista, destrutivo e suicidário que atrai como uma aura fatal, uma luz negra, a maior parte das pessoas com quem se cruza.
Mas Teresa existe, ou é apenas uma ideia, uma imagem, um reflexo? Teresa é uma aparição. Um pretexto para uma revolta amoral e violenta, para UM AMOR DE PERDIÇÃO.




O autor

Camilo Castelo nasceu em Lisboa a 16 de Março de 1825. Revelou-se um profissional das letras, verdadeiramente multifacetado, tendo sido romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.A sua vida atribulada e passional, tipicamente romântica, serviu de inspiração às suas novelas. Casou muito cedo, com apenas 16 anos, com Joaquina Pereira de França, casamento que não resistiu muito no tempo. Mais tarde, cai de amores por Ana Plácido, que casa com negociante brasileiro. Camilo não desiste, seduz Ana Plácido, e acabam ambos na cadeia da relação do Porto acusados de adultério. Absolvidos, passam a viver juntos, sendo ela a mulher dos seus filhos.O seu percurso académico é igualmente conturbado. No Porto, estuda Medicina depois Direito e chega a frequentar o Seminário. Dedica-se ainda ao jornalismo.A sua vida ao lado de Ana Plácido será passada a escrever a um ritmo elevado. Escreve, entre 1851 e 1890, mais de 260 obras.O desespero causado pela sua crescente cegueira está a origem do suicídio a 1 de Junho de 1890.

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